Caminhando para Aparecida do Norte

1. A Mãe Preta dos paulistanos no Paiçandu

O monumento à Mãe Preta do Largo do Paiçandu é o início da nossa peregrinação à Aparecida. Trata-se de um lugar privilegiado para as comemorações pela libertação dos escravos e pelo Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.

Originalmente, o movimento negro pretendia erigir um monumento à Mãe Negra no Rio de Janeiro, então Capital Federal, mas, com a Revolução de 1930, a mobilização foi abandonada. Membros do Clube 220, entidade que congregava agremiações negras do Estado de São Paulo, retomaram ideia no começo dos anos 50. A Câmara Municipal e os jornais mantiveram um longo e acalorado debate. A discussão deu origem a um concurso público. O trabalho vencedor foi o de Júlio Guerra, dada sua simplicidade e realismo.

A inauguração ocorreu em 23 de janeiro de 1955, como parte das comemorações de encerramento do IV Centenário da Cidade de São Paulo. A escolha do Largo do Paiçandu para acolher a homenagem à Mãe Preta se deveu à presença da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e de ser aquele largo, desde a construção da igreja, em 1906, um ponto de referência para a comunidade afrodescendente de São Paulo. Até hoje, fiéis depositam velas, oferendas e pedidos aos pés da Mãe Preta. O lugar é também ponto de encontros, protestos e comemorações. Em 2004, com base em pedido encaminhado pela Irmandade do Rosário dos Homens Pretos, o monumento à Mãe Preta foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.

Autor: P.S.

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