El Popol Vuh - Versión Animada en Español




História da Criação dos Maya

Indígenas Guarani-Mbya padecem no RS


“É preciso não ter ilusões na decisão da justiça. É uma justiça de classe, uma justiça dos latifundiários. E, apesar de que esse é o seu mais clamoroso escândalo, o furto de terra mais abjeto, o Supremo Tribunal Federal não dará ganho de causa aos índios. Alimentar ilusões nesse sentido é desarmar os lavradores pobres e os colonos...”

Jorge Amado em “Os Subterrâneos da Liberdade – Os Ásperos Tempos”


Testemunho missionário de dom Franco Masserdoti - 10 anos se passaram desde o dia de sua ressurreição



Em memória
de Dom Franco Masserdotti

Dom Franco morreu como presidente do Conselho Indigenista Missionário/Cimi (1999-2006) em exercício, como ciclista atropelado e como bispo de Balsas. Mas, ele não era somente bispo de Balsas. Em sua vida puxou muitas balsas, cada uma carregada com causas e casos que lhe foram confiados na necessidade da travessia missionária e na imprevisibilidade de sua biografia, exatamente, como o poeta canta: “Navegar é preciso, viver não é preciso”.

Quando a Assembleia do Cimi, em 1999, elegeu D. Franco como seu presidente, ele era bispo jovem, com apenas três anos no cargo, mas missionário carimbado nas múltiplas tarefas que exerceu pela sua congregação comboniana e a Igreja universal. Já na época era um representante da “Igreja em saída”, preconizada pelo Papa Francisco. Nós do Cimi sabíamos, que na balsa da vida deste jovial e alegre missionário caberia ainda a causa indígena, uma causa pesada numa sociedade que considera os povos indígenas como um estorvo para o progresso.

Dom Franco Masserdotti assumiu a causa indígena na perspectiva de seu lema episcopal: “Para que tenham vida”. Assumiu a causa indígena com a suavidade de seu jeito amigo e com a leveza do peregrino, que lhe deu entre alguns de nós o apelido de “o pega-leve”. Vez por outra vimos D. Franco sabiamente indignado, mas nunca com uma “ira santa” contra dos inimigos da causa. Nas reuniões do Cimi, muitas vezes correu aos fundos da sala, atendendo pelo seu celular a uma das múltiplas causas que o interpelavam, interromperam e, urgentemente, solicitavam. Dom Franco deixou-se interromper por pobres, índios, aflitos. Mesmo quando não teve a possibilidade de intervir, nunca negou a graça de escutar e consolar.

Com todas essas “interrupções” de sua travessia, não perdeu a precisão da navegação. No Cimi insistiu muito na confecção de um Plano de Pastoral para que no meio das lutas indígenas sempre se dê “a razão da esperança” (cf. 1Pd 3,15) contida no dia a dia da pastoral indigenista. Pela insistência de D. Franco, a Assembleia Geral do Cimi de 2005 aprovou esse Plano de Pastoral no qual o Cimi procura prestar conta dessa esperança, de forma articulada, para si mesmo, para a Igreja do Brasil e para todos que acompanham esse trabalho com simpatia e solidariedade. Na apresentação desse Plano, D. Franco pediu “que Deus ilumine e abençoe a caminhada do Cimi a serviço do Reino”!
Querido D. Franco, irmão da caminhada! A partir das suas balsas você sempre olhou para além-fronteiras e para a terra firme que agora alcançou. Novamente é sua vez de interceder ao lado do companheiro-mártir de sua congregação, Pe. Ezequiel Ramin, e face a face com o bom Deus pela iluminação das nossas pastorais e pela firmeza nossa na defesa dos povos indígenas!

Brasília, 17 de setembro de 2016  
Paulo Suess, assessor teológico do Cimi

Travessia, não sem esperança




O juramento sinodal: caminhar juntos
No dia da derradeira votação do impeachment, 31 de agosto, bem cedo, embarquei na cidade do México, no avião da Copa, com a frágil esperança de uma vitória do bom senso e da justiça. Não foi por admiração ou gratidão à presidenta Dilma que nos pronunciamos contra à substituição do voto popular das eleições pelo voto elitista do Senado. Durante seu mandato, a presidenta deposta não foi a melhor interlocutora dos povos indígenas e dos movimentos sociais. Mas, as perícias jurídicas não confirmaram a criminalidade das pedaladas e dos créditos suplementares que serviram de pretexto para o impeachment. Nós da pastoral popular nos pronunciamos contra a substituição do voto das urnas pelo voto do Senado porque essa substituição não estava no script dos constituintes de 1988 e ameaça o futuro democrático do país.

Travessia com esperança
Doravante, cada eleição das urnas está ameaçada por uma segunda votação no Senado. Sempre haverá senadores, agora coma experiência da toga de juízes, em busca de um bode expiatório que permite redimir, não o povo, mas um bom número de senadores dos seus escândalos comprovados. Seu foro privilegiado permite metamorfosear incendiários em bombeiros.

Frida Kahlo (1907-1954)
No México, em momentos vagos entre um Simpósio na Universidade Intercontinental e um Simpósio com ex-alunos de São Paulo, visitei a casa azul de Frida Kahlo (1907-1964), onde a pintora se encontrou com Trotsky e intelectuais da época. Alguém me lembrou do Coletivo Feminista “Não me Kahlo”. Diante das pendências da vida, contudo, não sem esperança, Frida Kahlo me permite construir uma ponte às pendências da nossa democracia “sofrida, mas não me calo”.